ANDROPAUSA : A menopausa masculina existe !


Até recentemente a chamada Andropausa (“A Menopausa Masculina”) era discutida no meio científico e desconhecida do público em geral. Isso se devia pelo desconhecimento dos níveis hormonais normais, correlacionados a idade dos homens e pelo fato de se tentar comparar a Andropausa com a Menopausa.

A avaliação correta dos níveis hormonais por idade permitiu que pudéssemos detectar uma queda nos níveis de Testosterona com mais precisão, e com as recentes pesquisas realizadas, principalmente na Bélgica e Canadá, foi possível caracterizar e tratar a Andropausa.

A Andropausa é uma entidade bem definida que se caracteriza por uma diminuição nos níveis do hormônio masculino chamado Testosterona, e que leva a sinais e sintomas inespecíficos como, cansaço, diminuição na vitalidade, tendência a depressão, mudanças no humor e na disposição, distúrbios do sono, dificuldade para se concentrar, ondas de calor (16% dos casos), prostração e preguiça, diminuição na libido, e finalmente disfunção sexual (queda no desejo sexual e impotência). Fisicamente ocorre um aumento na gordura abdominal (a velha barriguinha), rarefação nos pelos pubianos, rarefação óssea (Osteoporose), e diminuição na massa muscular.

Nos casos agudos a Andropausa pode ser causada por atrofia testicular, ou por uso de medicações. As atrofias testiculares podem ser causadas por cirurgias (Hérnia inguinal, e outras), por torção do testículo, e por castração acidental.

A Andropausa se diferencia da crise da meia idade e do “Stress”, por serem essas relacionadas a problemas profissionais, familiares ou sociais. Os sintomas sugestivos da crise da meia idade e do “Stress” são a falha na ereção, diminuição na libido (desejo sexual), no orgasmo, e na ejaculação.

De um modo geral, a Testosterona decresce com a idade, assim como toda a função testicular, essa queda é progressiva a partir de 40 anos (cerca de 1% ao ano).  Cerca de 50 % dos homens com idade superior a 50 anos apresentam queda nos níveis de Testosterona se comparados aos níveis encontrados nos jovens, e na faixa de idade de 60 a 69 anos 85% dos homens apresentam menos Testosterona se comparados aos parâmetros da juventude. Fatores como  a idade, obesidade e a presença de varizes escrotais (Varicocele) influenciam na diminuição da Testosterona.

Durante o dia existe uma variação na concentração de Testosterona no sangue, com um pico maior no final da manhã, e outro no final do dia. O tratamento com reposição hormonal deve restaurar os níveis hormonais naturais e simular essas variações naturais que ocorrem durante o dia.

A queda dos níveis de testosterona leva a uma diminuição na massa óssea e corpórea, com aumento da obesidade, e menor número de ereções noturnas, menor facilidade de obtenção da ereção e menor qualidade na ereção.
A manutenção da função sexual depende do nível de testosterona. Mesmo jovens podem ter problemas de queda de testosterona por deficiência na produção hormonal e apresentar diminuição na massa celular óssea.

O diagnóstico da Andropausa é feito pela história clínica (diminuição na vitalidade, tendência a depressão, mudança no humor e na disposição, distúrbios do sono, dificuldade para se concentrar, prostração e preguiça), pelo exame físico (rarefação dos pêlos pubianos, aumento da gordura abdominal, diminuição do volume e da consistência testicular, presença ou não de Varicocele e cicatrizes cirúrgicas).

O diagnóstico é feito pela dosagem da testosterona total e livre.

Os tratamentos propostos incluem a estimulação da produção hormonal pelos Testículos, e a reposição hormonal. O tratamento com reposição hormonal esta contra-indicado nos casos com presença de câncer de Próstata , em casos com aumento da próstata e em casos normais quando o indivíduo procura “algo mais” na sua performance sexual.

Os indivíduos com mais de 45 anos tem de fazer uma avaliação prostática antes do início do tratamento.
Para a reposição hormonal podemos usar derivados da testosterona, entretanto nem todos os preparados tem a mesma ação e os mesmos resultados.

As medicações podem ser administradas por via oral (comprimidos), intramuscular (injetáveis), através da pele (adesivos), ou por via subcutânea (pellets – pequenos tubos contendo hormônio que é liberado lentamente até por um ano).

Como efeitos do tratamento encontramos uma diminuição no colesterol, diminuição na taxa de gordura corporal, aumento da musculatura, aumento do índice de massa óssea, e melhora geral no bem estar e na performance sexual.

O objetivo desse tipo de tratamento não é apenas aumentar os anos de vida do indivíduo mas sim dar mais qualidade de vida aos anos que lhe restam.

Um questionário simples foi proposto para detectar os casos que merecem uma avaliação por um especialista. Responda ao questionário e veja se você precisa de ajuda. Se alguma resposta for sim seu caso precisa de ajuda.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Prostatectomia

Anatomia do pênis e diagnóstico para Circuncisão

Menopausa: aspectos psicológicos