Curvatura no pênis em ereção: Doença de Peyronie


Doença de Peyronie é um distúrbio do tecido conjuntivo que envolve o crescimento de placas fibrosas[1] no tecido do pênis, que afeta cerca de 1-4% dos homens. O processo de fibrose ocorre na túnica albugínea, uma camada fibrosa que circunda os corpos cavernosos do pênis. A doença causa o aparecimento de uma curvatura no pênis emereção.
A doença de Peyronie recebe o nome de um médico da corte francesa que diagnosticouesta doença no rei. Ocorre a perda de distensibilidade dos tecidos em um lado do penis, encurtando aquele lado e provocando a curvatura. Não é rara em homens de meia idade.
Doença de Peyronie
Star of life caution.svg Aviso médico
Classificação e recursos externos
Peyronie disease.jpg
Paciente com Doença de Peyronie
CID-10N48.6
CID-9607.85
OMIM171000
DiseasesDB29308
MedlinePlus001278
MeSHD010411


Sintomas

A doença pode causar dor, endurecimento, lesões (tecido cicatricial) ou curvatura anormal do pênis quando ereto. Além disso, pode causar estreitamento ou diminuição do comprimento do pênis. A dor sentida durante os estágios iniciais da doença freqüentemente alivia em doze a dezoito meses.
Nos estágios tardios da doença, freqüentemente acompanhando esses sintomas, pode haver disfunção erétil. A doença também pode tornar a relação sexual dolorosa e/ou difícil, embora muitos homens relatam que possuem relações sexuais satisfatórias, apesar da doença.

Patogenia

A doença de Peyronie não é contagiosa, e não possui nenhuma relação com qualquer tipo de câncer. A doença afeta somente homens e manifesta-se somente no pênis, embora diversos homens com a doença exibem simultaneamente doenças do tecido conjuntivo nas mãos, e em menor número, nos pés.
Cerca de 30 por cento dos homens com a doença desenvolvem fibrose em outros tecidos elásticos do corpo, como na mão ou pé, incluindo a Doença de Dupuytren. Há sugestões de que há um componente genético na doença.

Epidemiologia

Embora possa afetar homens de qualquer raça e idade, a doença é mais comumente observada em homens acima dos 40 anos de idade.

Tratamento

Um urologista especializado no assunto deve ser consultado para confirmar o diagnóstico, o único tratamento existente é a cirurgia.

Ver também

Referências

  1.  Levine LA, Estrada CR, Storm DW, Matkov TG. (2003). "Peyronie disease in younger men: characteristics and treatment results". J. Androl. 24 (1): 27–32. PMID 12514077.

Material do Instituto André Milanezi
Definição
A doença de Peyronie ou induratio penis plastica descrita por François Gigot de La Peyronie em 1743, caracteriza-se pela presença de placas fibróticas na túnica albugínea, comprometendo a elasticidade do corpo cavernoso neste local, promovendo dor e curvatura anormal do pênis quando em ereção com prejuízo da penetração nas relações sexuais.


Causas
De acordo com os dados disponíveis na literatura, existem causas multifatoriais na patogênese dessa doença. Podem ser citadas as seguintes:
   fatores familiares,
   fatores auto-imunes,
   doenças fibromatosas,
   doenças metabólicas.
Atualmente se aponta como fator relevante a ocorrência de traumas microvasculares consequentes a traumas no pênis em ereção em indivíduos predispostos.
Incidência
Apresenta maior incidência entre a quarta e quinta década de vida. Considerada rara no passado, é atualmente mais frequente, talvez em função da maior divulgação da doença e de mudanças no comportamento sexual da população. Cerca de 6 a 7 % dos homens sofram deste mal.
Quadro Clínico
O quadro clínico se caracteriza pelos seguintes elementos:
   dor,
   curvatura peniana,
   dificuldade de penetração,
   existência de placas endurecidas ao longo do eixo peniano.


Diagnóstico
É feito pela anamnese, pelo exame físico com a palpação de placas fibróticas, frequentemente de localização dorsal e nos dois terços distais do pênis. A realização de exames subsidiários, como radiografia simples do pênis, ultra-sonografia e o teste de ereção fármaco-induzida pode ser útil na quantificação da deformidade anatômica e na orientação e seguimento do tratamento.
História Natural
A história natural da doença de Peyronie demonstra existir pelo menos dois grupos de doentes:
1)
O primeiro grupo é de início agudo, e se caracteriza pela dor à ereção, por placas palpáveis e, em alguns casos, por moderada deformidade peniana.
Tais pacientes podem apresentar cura espontânea ou estabilização do quadro clínico.
2)
O segundo grupo é de curso mais lento e progressivo. Caracteriza-se pela acentuação da deformidade peniana devido à intensidade da fibrose do corpocavernoso que evolui ocasionalmente com calcificação.
Tratamento
Existem várias opções de tratamento, tais como:
   medicamentos orais,
   agentes para uso intralesional,
   aplicação de fontes energéticas na placa,
   procedimentos cirúrgicos.
Como em alguns casos a doença evolui com comprometimento total da função erétil, com alteração do mecanismo veno-oclusivo ou impedimento da penetração em função da intensidade da curvatura, impõe-se o tratamento cirúrgico devido a sua comprovada efetividade.
Tratamento Cirúrgico
O tratamento cirúrgico pode ser orientado da seguinte maneira:
1) Cirurgias que corrigem a curvatura:
Cirurgias que visam a compensação da curvatura peniana atuando na área diametralmente oposta à placa.
Cirurgias que promovem a incisão ou excisão de placas, com ou sem enxerto, atuando desta maneira no local da lesão.
Os melhores resultados atualmente são obtidos com as cirurgias que promovem a correção da curvatura, atuando na área oposta à placa.
2) Cirurgias que corrigem a ereção:
Nos casos em que há comprometimento da função erétil cabe a colocação de próteses penianas.
Tratamento Clínico
O tratamento clínico está indicado nos pacientes que não apresentam comprometimento da função erétil. Nessa condição, o tratamento objetiva melhorar a dor, curar ou estabilizar a doença.
Entre as diversas opções contam-se seguintes:
  drogas orais (vitamina E, paraminobenzoato de potássio, colchicina e tamoxifeno),
  drogas intralesionais (corticóides, verapamil e interferon alfa-2b),
  tratamentos físicos com fontes energéticas (radioterapia, ultra-som, litotritor e laser).
Conclusão:
Compreende-se, finalmente, que a existência de várias opções de tratamento evidencia a falta de uma alternativa verdadeiramente eficiente. O tratamento cirúrgico justifica-se nos casos mais avançados com comprometimento da função sexual. Nos casos iniciais ou intermediários preconizam-se tentativas com o tratamento clínico.





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