Sintomas
A doença pode causar dor, endurecimento, lesões (tecido cicatricial) ou curvatura anormal do pênis quando ereto. Além disso, pode causar estreitamento ou diminuição do comprimento do pênis. A dor sentida durante os estágios iniciais da doença freqüentemente alivia em doze a dezoito meses.
Nos estágios tardios da doença, freqüentemente acompanhando esses sintomas, pode haver disfunção erétil. A doença também pode tornar a relação sexual dolorosa e/ou difícil, embora muitos homens relatam que possuem relações sexuais satisfatórias, apesar da doença.
Patogenia
A doença de Peyronie não é contagiosa, e não possui nenhuma relação com qualquer tipo de câncer. A doença afeta somente homens e manifesta-se somente no pênis, embora diversos homens com a doença exibem simultaneamente doenças do tecido conjuntivo nas mãos, e em menor número, nos pés.
Cerca de 30 por cento dos homens com a doença desenvolvem fibrose em outros tecidos elásticos do corpo, como na mão ou pé, incluindo a Doença de Dupuytren. Há sugestões de que há um componente genético na doença.
Epidemiologia
Embora possa afetar homens de qualquer raça e idade, a doença é mais comumente observada em homens acima dos 40 anos de idade.
Tratamento
Um urologista especializado no assunto deve ser consultado para confirmar o diagnóstico, o único tratamento existente é a cirurgia.
Ver também
Referências
- ↑ Levine LA, Estrada CR, Storm DW, Matkov TG. (2003). "Peyronie disease in younger men: characteristics and treatment results". J. Androl. 24 (1): 27–32. PMID 12514077.
Material do Instituto André Milanezi
Definição
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A doença de Peyronie ou induratio penis plastica descrita por François Gigot de La Peyronie em 1743, caracteriza-se pela presença de placas fibróticas na túnica albugínea, comprometendo a elasticidade do corpo cavernoso neste local, promovendo dor e curvatura anormal do pênis quando em ereção com prejuízo da penetração nas relações sexuais.
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Causas |
De acordo com os dados disponíveis na literatura, existem causas multifatoriais na patogênese dessa doença. Podem ser citadas as seguintes:
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fatores familiares, |
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fatores auto-imunes, |
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doenças fibromatosas, |
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doenças metabólicas. |
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Atualmente se aponta como fator relevante a ocorrência de traumas microvasculares consequentes a traumas no pênis em ereção em indivíduos predispostos.
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Incidência |
Apresenta maior incidência entre a quarta e quinta década de vida. Considerada rara no passado, é atualmente mais frequente, talvez em função da maior divulgação da doença e de mudanças no comportamento sexual da população. Cerca de 6 a 7 % dos homens sofram deste mal.
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Quadro Clínico |
O quadro clínico se caracteriza pelos seguintes elementos: |
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dor, |
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curvatura peniana, |
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dificuldade de penetração, |
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existência de placas endurecidas ao longo do eixo peniano. |
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Diagnóstico |
É feito pela anamnese, pelo exame físico com a palpação de placas fibróticas, frequentemente de localização dorsal e nos dois terços distais do pênis. A realização de exames subsidiários, como radiografia simples do pênis, ultra-sonografia e o teste de ereção fármaco-induzida pode ser útil na quantificação da deformidade anatômica e na orientação e seguimento do tratamento.
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História Natural
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A história natural da doença de Peyronie demonstra existir pelo menos dois grupos de doentes:
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1) |
O primeiro grupo é de início agudo, e se caracteriza pela dor à ereção, por placas palpáveis e, em alguns casos, por moderada deformidade peniana. Tais pacientes podem apresentar cura espontânea ou estabilização do quadro clínico.
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2) |
O segundo grupo é de curso mais lento e progressivo. Caracteriza-se pela acentuação da deformidade peniana devido à intensidade da fibrose do corpocavernoso que evolui ocasionalmente com calcificação.
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Tratamento
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Existem várias opções de tratamento, tais como:
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medicamentos orais, |
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agentes para uso intralesional, |
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aplicação de fontes energéticas na placa, |
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procedimentos cirúrgicos. |
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Como em alguns casos a doença evolui com comprometimento total da função erétil, com alteração do mecanismo veno-oclusivo ou impedimento da penetração em função da intensidade da curvatura, impõe-se o tratamento cirúrgico devido a sua comprovada efetividade.
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Tratamento Cirúrgico |
O tratamento cirúrgico pode ser orientado da seguinte maneira: |
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1) Cirurgias que corrigem a curvatura: |
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Cirurgias que visam a compensação da curvatura peniana atuando na área diametralmente oposta à placa.
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Cirurgias que promovem a incisão ou excisão de placas, com ou sem enxerto, atuando desta maneira no local da lesão.
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Os melhores resultados atualmente são obtidos com as cirurgias que promovem a correção da curvatura, atuando na área oposta à placa.
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2) Cirurgias que corrigem a ereção: |
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| Nos casos em que há comprometimento da função erétil cabe a colocação de próteses penianas.
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Tratamento Clínico
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O tratamento clínico está indicado nos pacientes que não apresentam comprometimento da função erétil. Nessa condição, o tratamento objetiva melhorar a dor, curar ou estabilizar a doença.
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Entre as diversas opções contam-se seguintes: |
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drogas orais (vitamina E, paraminobenzoato de potássio, colchicina e tamoxifeno), |
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drogas intralesionais (corticóides, verapamil e interferon alfa-2b), |
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tratamentos físicos com fontes energéticas (radioterapia, ultra-som, litotritor e laser). |
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Conclusão:
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Compreende-se, finalmente, que a existência de várias opções de tratamento evidencia a falta de uma alternativa verdadeiramente eficiente. O tratamento cirúrgico justifica-se nos casos mais avançados com comprometimento da função sexual. Nos casos iniciais ou intermediários preconizam-se tentativas com o tratamento clínico.
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