Saiba como o espermatozoide encontra o óvulo
Dois estudos publicados nesta quinta-feira, 17, na revista Nature explicam qual o mecanismo molecular que ajuda o espermatozoide humano a detectar e chegar até os óvulos. Segundo as pesquisas, as descobertas das pesquisas podem ajudar no desenvolvimento de um anticoncepcional masculino.
As pesquisas destacam o papel fundamental da progesterona, hormônio feminino liberado pelas células que circundam o óvulo. O espermatozoide pode “sentir” esse hormônio e é guiado por ele até o óvulo. Dessa forma, a pesquisa sugere uma nova classe de anticoncepcionais, dessa vez masculinos, baseados nesse canal de comunicação óvulo-espematozoide. A publicação científica também destaca o papel de um inusitado canal de íons hormonais.
Os estudos independentes foram conduzidos pelo grupo de Yuriy Kirichok, na Universidade da Califórnia em San Francisco, Estados Unidos, e por Benjamin Kaupp, do Center of Advanced European Studies and Research, e colegas.
Os pesquisadores notaram um mecanismo que funciona da seguinte forma: células do cúmulos (que ficam ao redor dos óvulos) liberam progesterona, o que induz o influxo de íons de Ca2+ (cálcio) nos espermatozoides. A progesterona é um hormônio esteróide produzido, a partir da puberdade, pelo corpo lúteo (que também libera estrógeno) e pela placenta durante a gravidez. O influxo de íons de Ca2+ leva a um aumento na atividade dos espermatozoides e estimula o movimento da célula reprodutiva masculina em direção ao óvulo.
Os novos estudos ajudam a esclarecer os mecanismos desse processo. Os dois grupos demonstraram que a progesterona ativa um canal de cálcio sensitivo ao pH chamado CatSper, o que causa um rápido influxo de íons de cálcio nos espermatozoides.
Como outros hormônios esteroides, a progesterona atua normalmente por meio de um receptor intracelular, mas as novas pesquisas destacam que, nos espermatozoides, o hormônio feminino pode sinalizar por meio de um mecanismo não genômico. Se a ativação do CatSper é o único efeito da progesterona na sinalização de Ca2+ é algo que futuras pesquisas poderão esclarecer.
Fonte: estadão.com.br e Agência Fapesp
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