Gravidez ectópica como a tubária e a abdominal

A gravidez ectópica é o nome dado a uma gravidez que ocorre fora da cavidade uterina, sendo o problema mais comum a retenção do óvulo nas tubas uterinas - chamada gravidez tubária. Porém a implantação do ovo também pode ocorrer na cavidade abdominal, nos ovários, no canal cervical ou nos cornos uterinos.
As causas são as mais variadas. As mais comuns são a existência de infecções nos ductos ou ainda tumores que possam aí existir, mas qualquer fator que dificulte ou impeça a passagem do ovo pelo canal tubário favorece a gestação extra-uterina
Esta "doença" poderá trazer graves complicações pois, se o feto não morrer prematuramente, este pode crescer e levar à ruptura da tuba.[1]
 

Referências

  1. Gravidez Tubária: Especialista Detalha Este Quadro

     
    Gravidez Ectópica 
      
    A gravidez ectópica (fora do lugar) é aquela na qual o feto desenvolve-se fora do útero, seja em uma tuba uterina, no cretal cervical ou na cavidade pélvica ou abdominal. Normalmente, um óvulo é liberado de um ovário e conduzido até a abertura de uma das tubas uterinas. No interior da tuba, o óvulo é impulsionado por diminutos cílios (estruturas semelhantes a pêlos) que a revestem, chegando ao útero após alguns dias. Geralmente, o óvulo é fertilizado na tuba uterina e implanta-se no útero.
  2. Contudo, quando a tuba está obstruída (p.ex., devido a uma infecção prévia), o ovo pode se mover lentamente ou ficar retido. O ovo pode nunca chegar ao útero e pode ocorrer uma gravidez ectópica. Uma em cada 100 a 200 gestações é uma gravidez ectópica. Por razões ainda não completamente esclarecidas, a gravidez ectópica vem se tornando mais comum. Um antecedente de um distúrbio que afetou ambas as tubas uterinas, uma gravidez ectópica anterior, a exposição fetal ao dietilestilbestrol ou a ligadura tubária (procedimento de esterilização no qual as tubas uterinas são seccionadas ou obstruídas) são fatores que aumentam as probabilidades de gravidez ectópica.
    A gravidez ectópica é menos comum entre mulheres da raça branca que entre as de outros grupos raciais. Nos raros casos em que a mulher engravida mesmo com um dispositivo intrauterino (DIU) corretamente posicionado, o risco de gravidez ectópica é maior. A gravidez ectópica geralmente ocorre em uma tuba uterina (gravidez tubária). Raramente, ela ocorre em outros locais (p.ex., cretal cervical, ovário, cavidade pélvica ou cavidade abdominal). A gravidez ectópica é potencialmente letal e deve ser interrompida o mais breve possível. Nos Estados Unidos, 1 em cada 826 mulheres com gravidez ectópica morre devido a complicações.

    Sintomas

    Os sintomas de uma gravidez ectópica incluem perdas sangüíneas discretas e cólicas, associadas ao atraso menstrual. Esses sintomas occorrem porque, após a morte do feto, o endométrio (revestimento uterino) é eliminado como se fosse uma menstruação normal.
    Quando o feto morre em uma fase precoce, a tuba uterina não é lesada. No entanto, se ele continua a crescer, o feto pode lacerar a parede da tuba uterina e causar sangramento. Quando o sangramento é gradual, ele causa dor e, algumas vezes, uma sensação de pressão na região abdominal inferior por causa do acúmulo de sangue.
    Quando o sangramento é rápido, ele pode causar uma queda acentuada da pressão arterial e inclusive levar ao choque. Comumente, após aproximadamente 6 a 8 semanas, a mulher sente uma dor intensa na região abdominal inferior, a qual é acompanhada por desmaio.
    Esses sintomas geralmente indiquem a ruptura da tuba uterina, com um sangramento intenso para o interior da cavidade abdominal. Algumas vezes, a gravidez ectópica ocorre parcialmente no interior de uma tuba uterina e parcialmente no interior do útero.
    As cólicas e o sangramento discreto são comuns. Nesse local, o feto tem mais espaço para crescer e, por essa razão, a gravidez ectópica geralmente rompe mais tarde, comumente entre a 12a e a 16a semana de gestação. Essa ruptura pode ser catastrófica, com uma taxa de mortalidade mais elevada.

    Problemas Maternos que Podem Causar um Aborto Espontâneo

    Útero anormal Colo do útero fraco (incompetente), o qual pode dilatar à medida que o útero aumenta de volume Hipotireoidismo Diabetes Infecções (p.ex., infecção por citomegalovírus ou rubéola) Uso de cocaína, especialmente o crack Lesões Deficiências dietéticas

    Diagnóstico e Tratamento

    O médico pode suspeitar que uma mulher apresenta uma gravidez ectópica quando os exames de urina e de sangue para o diagnóstico de gravidez são positivos, mas o seu útero é menor do que o esperado para o tempo de gestação.
    A ultra-sonografia pode revelar que o útero se encontra vazio e a presença de sangue no interior da cavidade pélvica ou abdominal. O médico pode então utilizar um laparoscópio (tubo de visualização de fibra óptica que é inserido no interior da cavidade abdominal através de uma pequena incisão realizada no abdômen) para visualizar diretamente a gravidez ectópica. Para ajudar na confirmação do diagnóstico, o médico pode realizar uma culdocentese (inserção de uma agulha através da parede vaginal até o interior da cavidade pélvica) e remover o sangue acumulado em decorrência de uma gravidez ectópica que está sangrando.
    Ao contrário do sangue venoso ou arterial, esse sangue não coagula. Geralmente, a gravidez ectópica deve ser removida cirurgicamente. Quando ela está localizada em uma tuba uterina, o médico geralmente realiza uma incisão na tuba e remove o feto e a placenta. A tuba é deixada aberta, permitindose a sua restauração sem a formação de tecido cicatricial, pois a presença de cicatrizes na tuba podem tornar uma nova gravidez mais difícil.
    Algumas vezes, o procedimento é realizado através de um laparoscópio. Em raros casos, a tuba está tão lesada que não pode ser reparada e deve ser removida. Para tratar uma gravidez tubária em fase inicial sem evidências de batimentos cardíacos fetais, o metotrexato pode ser administrado no lugar da cirurgia.
    Localizações da gravidez ectópica
    Fonte: www.msd-brazil.com
    Gravidez nas Trompas

    Quais são as causas da gravidez ectópica?

    O ovo fertilizado normalmente leva 4-5 dias para viajar através da trompa desde o ovário até ao útero onde se implanta cerca de 6-7 dias após a fertilização. A razão mais comum para uma gravidez ectópica é uma lesão nas trompas de falópio, causando uma obstrução ou estreitamento. Também pode haver um problema com a parede da trompa, que normalmente deveria contrair-se e fazer deslizar o ovo fertilizado para o útero. Problemas de saúde tais como apendicite ou infecção pélvica podem danificar a trompa causando nós ou aderências, atrasando assim a passagem do ovo, permitindo que se implante na trompa. No entanto, na maioria dos casos, não são conhecidos casos de implantação na trompa.

    Quais são as possíveis consequências?

    Em muitos casos a gravidez ectópica morre rapidamente e é absorvida antes de faltar uma menstruação ou após pequenos sintomas ou sinais de dor e sangramento. Nestes casos a gravidez ectópica raramente é diagnosticada e assume-se que ocorreu um aborto espontâneo. Não é preciso fazer nada nestas circunstâncias.
    Se a gravidez ectópica não morrer, a parede fina da trompa irá alargar provocando dores na região baixa do abdómen. Também poderá ocorrer sangramento vaginal nesta altura. Conforme a gravidez se desenvolve, a trompa pode romper-se, causando sangramento abdominal severo, dores e colapso.
    Antes de isto acontecer a gravidez ectópica pode ser diagnosticada através de testes de sangue que mostram que as hormonas normais durante a gravidez não estão a aumentar tão rapidamente como deveriam.

    Quais são os sintomas?

    Qualquer mulher sexualmente activa em idade reprodutiva que tem dores na região inferior do abdómen poderá ser suspeita de ter uma gravidez ectópica até que se prove o contrário. A dor pode ter começado de repente e pode ter havido ou não sangramento vaginal. A maioria dos casos acontece durante a 4a e a 10a semana de gravidez com qualquer um dos seguintes sintomas:
    Dor apenas num lado do abdómen Esta dor pode ser persistente e muito forte, mas pode não ser no lado onde se situa a gravidez ectópica.
    Dores no ombro Isto pode ocorrer devido a sangramento interno causando irritação do diafragma.
    Teste de gravidez O teste de gravidez pode ser positivo mas nem sempre o é. Às vezes é necessário fazer testes de sangue especializados para confirmar a gravidez.
    Sangramento anormal A mulher pode não saber que está gravida e pode ter uma menstruação fora do normal. A mulher pode ter um dispositivo intra-uterino. O sangramento pode ser mais abundante ou menos abundante do que o normal e prolongado. Ao contrário da menstruação, este sangramento tem uma cor escura e é aguado, descrito às vezes como parecendo “sumo de ameixa.
    Falta de menstruação ou menstruação atrasada Pode suspeitar que está gravida e ter sintomas de gravidez, por exemplo náusea, seios doloridos ou o abdómen inchado mas sem sangramento.
    Problemas de bexiga ou intestinos Dor quando defeca ou quando urina.
    Colapso Pode sentir-se tonta ou sentir que vai desmaiar, e isto é geralmente acompanhado por um sentimento de que algo está muito mal. Outros sinais que podem estar presentes são palidez, aumento da pulsação, náusea, diarreia e queda de tensão arterial.

    Como é tratada?

    Se se suspeitar que há uma gravidez ectópica a mulher deve ir ao hospital. Serão efectuados um ultra-som e um teste de gravidez. Se o ultra-som mostrar que o útero está vazio mas o teste de gravidez for positivo é provável que haja uma gravidez ectópica embora possa ser uma gravidez na sua fase inicial ou possa ter ocorrido um aborto espontâneo. O melhor ultra-som é realizado com uma sonda intravaginal moderna mas nem sempre é possível ver uma gravidez ectópica no ultra-som. Se a mulher está bem e não tem dores fortes, poderá ser-lhe feito um teste sanguíneo de hormonas repetidamente durante dois a três dias para verificar se há uma gravidez ectópica ou não. Se houver uma alta suspeita de gravidez ectópica ou se a mulher desenvolver sintomas piores, é efectuada uma laparoscopia para examinar as trompas. No entanto, se o diagnóstico for óbvio é mais provável que se efectue uma cirurgia abdominal para remover a gravidez ectópica e podem ser necessárias transfusões sanguíneas para repor o sangue perdido.
    Se se conseguir um diagnóstico cedo, antes da ruptura da trompa e se as instalações adequadas forem providenciadas, pode ser oferecido um tratamento menos invasivo. A cirurgia por laparoscopia ou tratamento com medicamentos pode facilitar uma recuperação mais rápida e pode aumentar a probabilidade de fertilidade da mulher no futuro. Tenha em conta que a gravidez será sempre perdida se for uma gravidez ectópica. Estes tratamentos podem assegurar que a mulher sofra menos.
    Antes da ruptura da trompa, pode ser possível que o cirurgião, usando laparoscopia, corte a trompa e extraía a gravidez, deixando a trompa intacta.
    Alternativamente, também pode ser usado o medicamento metotrexato que destrói a gravidez. Este medicamento pode ser injectado directamente na gravidez ectópica, usando uma agulha e através de orientação de ultra-som ou laparoscopia; ou injectado num músculo, e é depois absorvido pela corrente sanguínea para chegar à gravidez evitando assim qualquer dano nas trompas de falópio.
    Obviamente estes tratamentos modernos dependem de capacidades cirúrgicas peritas, bons ultra-sons e testes de laboratório eficientes. Além disso, estes tratamentos não estão disponíveis amplamente porque estão a ser investigados e avaliados.

    Quem está em risco?

    Qualquer mulher sexualmente activa em idade reprodutiva está em risco de ter uma gravidez ectópica. No entanto, é mais provável ter uma gravidez ectópica se já teve:
    Doença inflamatória pélvica Se existem antecedentes de dor pélvica devido a infecção das trompas de falópio (por exemplo devido a Clamídia Tracomatis – a doença sexualmente transmissível mais comum que também pode não provocar sintomas).
    Endometriose Qualquer operação abdominal prévia tais como cesarianas, apendicectomia ou gravidez ectópica pode aumentar o risco.
    Dispositivo intra-uterino (DIU) O dispositivo intra-uterino previne uma gravidez no útero, mas é menos eficaz em prevenir uma gravidez nas trompas de falópio.
    Se você está a tomar a pílula contraceptiva de progesterona (minipílula) A pílula de progesterona altera a mobilidade da trompa, e uma taxa ligeiramente superior de gravidez ectópica tem sido associada ao uso desta pílula.

    Futuras gravidezes?

    Se uma das trompas se rompeu ou foi extraída, a mulher continuará a ovular como antes, mas a possibilidade de conceber será reduzida para cerca de 50%.
    A probabilidade total de ter uma outra gravidez ectópica é de entre 7 a 10% e isto depende do tipo de operação efectuada e de qualquer lesão adjacente na(s) trompa(s) de falópio que ficou (ficaram). Quando uma trompa de falópio é danificada (devido a adesões, por exemplo) há uma maior possibilidade de que a segunda trompa possa também ser danificada. Isto significa não só que a probabilidade de conceber é menor do que normalmente, mas também que há um risco maior de ter uma outra gravidez ectópica. Em casos associados com o dispositivo intra-uterino (DIU), não parece haver um maior risco de uma futura gravidez ectópica se o dispositivo intra-uterino for tirado.

    O que é que devo fazer na minha próxima gravidez?

    Em todos os casos, a mulher que teve uma gravidez ectópica deve consultar o seu médico imediatamente se suspeita que pode estar grávida outra vez, para que possa ser acompanhada de perto. Da mesma maneira, se a menstruação está atrasada, se o sangramento menstrual é diferente do normal ou se há dor abdominal anormal, a mulher deve pedir para ser examinada, lembrando o médico, se necessário, da gravidez ectópica anterior.

    Os seus sentimentos

    Uma gravidez ectópica pode ser uma experiência devastadora: é provável que você esteja a recuperar da grande operação, você tem de lidar com a perda do seu bebé e, frequentemente, com a perda de parte da sua fertilidade, e provavelmente você nem sequer sabia que estava grávida.
    Os seus sentimentos podem variar enormemente nas semanas e meses após a sua perda. Você pode sentir-se aliviada por estar livre da dor e profundamente agradecida por estar viva, mas ao mesmo tempo pode sentir-se extremamente triste pela sua perda. É provável que você sinta que foi levada a correr para a sala de operações e que teve muito pouco tempo para se preparar psicologicamente. Muito do que aconteceu esteve fora do seu controlo, deixando-a em estado de choque.
    Se não houve uma explicação médica clara é normal que você queira procurar uma razão e você até pode começar a culpar-se a si mesma. Embora isto seja compreensível, é importante que entenda que não foi você que causou este problema.
    O final repentino da sua gravidez terá deixado as suas hormonas descontroladas, e isto poderá fazer com que se sinta deprimida e extremamente vulnerável.
    A angústia e o transtorno da vida familiar devido ao final abrupto de uma gravidez e ao mesmo tempo a necessidade de recuperar de uma grande operação não são difíceis de imaginar.

    Os sentimentos do seu companheiro

    As reacções emocionais a uma gravidez ectópica podem originar uma grande tensão numa relação. Esta experiência pode aproximar mais você e o seu companheiro, mas por outro lado o seu companheiro pode não conseguir entender os seus sentimentos ou apoiá-la de nenhuma maneira.
    Muitos homens têm dificuldades para expressar os seus sentimentos e sentem-se sem poder para ajudar, mas lembre-se que é provável que ele também esteja a sofrer. Sem dúvida que o seu bem-estar é a maior preocupação dele, por isso ele pode sentir que tem de estar forte por você e pode guardar os sentimentos para si próprio. No entanto, na sociedade de hoje em dia, é aceitável expressar os seus sentimentos quer seja mulher ou homem e deve incentivar o seu companheiro a mostrar o que ele realmente sente e a expressar o seu pesar.

    O futuro

    Antes de tentar ter outro bebé deve deixar passar algum tempo para poder recuperar tanto fisicamente como emocionalmente. Os médicos geralmente aconselham que espere pelo menos três meses para dar tempo ao seu corpo para sarar. Os sentimentos variam após a experiência de uma gravidez ectópica: algumas mulheres querem ficar grávidas outra vez imediatamente, enquanto outras ficam aterradas só de pensar nisso e não conseguem lidar com o stress de outra gravidez com ansiedade.
    É importante lembrar-se que por muito assustadora que seja a possibilidade de outra gravidez ectópica, você tem uma muito maior probabilidade de ter uma gravidez normal e saudável.

    Fonte: www.multikulti.org.uk

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